Pesquisa registra
alta de 8,83% no
primeiro bimestre
do ano: 234 casos
Balanço sobre clonagem de cartões de crédito e débito revela crescimento de 8,83% no número de casos registrados no Distrito Federal durante o primeiro bimestre do ano. Brasília, Taguatinga, Guará, Ceilândia e o Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) lideram a lista há dois anos. Somadas, as cinco regiões já respondem por 64% dos registros de 2009. De acordo com o Instituto de Defesa do Consumidor (Procon-DF), datas comemorativas registram a maioria das ocorrências deste tipo.
Entre janeiro e fevereiro desde ano, a Polícia Civil registrou 234 casos – contra 215 no mesmo período de 2008. Moradores da capital foram vítimas em 559 clonagens no ano passado, o equivalente a 36,97% dos 1.532 cartões clonados.
Para o presidente do Procon-DF, Ricardo Hernane Pires, “o ideal é que o cartão não saia da vista do usuário”. Segundo ele, o dono do cartão deve se preocupar com locais de grande movimento, onde pode perder contado com o cartão a pedido de funcionários de lojas durante compras, por exemplo. Do lado de fora, mais exposto, pesa o risco de roubo – facilitado em lugares isolados e durante a noite.
Em caso de clonagem, banco e comércio são responsabilizados pelo mesmo motivo. “O consumidor deve recorrer aos dois, por não terem conferido as assinaturas do cartão e do usuário na hora da compra”, informou. Outra responsabilidade bancária: a obrigação de fiscalizar os caixas eletrônicos.
Após descobrir o golpe, o primeiro passo a ser tomado pela vítima é comunicar à operadora do banco. Assim, se livra da responsabilidade de eventuais gastos. O débito feito sem consentimento também pode ser comprovado por uma lista de despesas. Segundo Hernane, a instituição financeira é obrigada a ressarcir o cliente. Caso a situação siga sem solução, o usuário deve acionar o Instituto de Defesa de Consumidor.
Feriados Perigosos
Juliana Alves, de 23 anos, se surpreendeu ao encontrar a conta bancária zerada após retirar um extrato. Havia usado o cartão pela última vez no Carnaval e o documento atestava compras e saques em várias cidades do DF. “Ia buscar dinheiro para voltar para casa quando descobri, quase fiquei na rua”, relata a moradora do Paranoá. No caso dela, a situação se revolveu ainda no banco, que devolveu o dinheiro.”Na primeira vez, me disseram que não, mas na segunda, dois dias depois, consegui pois outras pessoas apareceram reclamando do mesmo caixa”, revela.
De acordo o presidente do Procon, a situação é comum em festividades. “Em feriados, como Carnaval e Fim de Ano, há mais casos, porque o uso do cartão aumenta”, justifica. Segundo ele, os caixas com equipamentos de clonagem podem engolir ou prender o cartão – nesse caso, o banco deve ser contatado imediatamente.
Denúncias
Apesar do aumento, a procura aos Procons estaduais ainda é menor do que às delegacias. Dados do Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec), contam apenas 121 casos de denúncia de clonagem feitos nos institutos entre outubro de 2004 e começo deste mês. O montagem exclui apenas o Procon-SP, que se integrou ao sistema em fevereiro.De acordo com o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), do Ministério da Justiça, o número baixo se deve ao hábito dos consumidores buscarem a polícia ao invés do órgão de defesa.
Fique atento
1 – Não guarde o cartão junto da senha ou documento de identidade
2 – Jamais entregue o cartão a alguém desconhecido
3 – Evite emprestar o cartão
4 – Evite usar o cartão em lugares isolados
5 – Contate o banco caso o cartão fique preso no caixa eletrônico
Isaías Monteiro